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Mudanças e eventos caóticos - no planeta Terra e em nós

1º - O louco próximo ao precipício (ilustração Tricia Newell); 2º fonte: Freepik

 

Dizem que, em todo fim de uma Era (de peixes para era de aquário) ocorre grandes e ferozes conflitos. Será mesmo? Mas, antes de um “isto não tem nada a ver”, podemos indagar e lembrar que, recentemente o mundo sofreu com a pandemia do coronavírus, sociedades que aboliram ditaduras ficaram ao ponto de ruir em novas velhas mãos tirânicas, que aumentou, de forma expressiva, a quantidade de pessoas com transtornos mentais. No noticiário atual descreve, com frequência, as catástrofes ambientais: o comportamento demasiado das chuvas, do calor, dos ventos e terremotos acima do nível dito “normal”. Eventos do mundo externo e interno, surgem e submergem numa troca, um influencia o outro como se fosse um só.

As catástrofes se dão em vários modos, até nos comportamentos humanos. Realmente há a sensação de que algumas pessoas parecem estar mais intolerantes, mais combativas (com o ego inflado). Podemos acreditar que somente o grande estímulo a estas atitudes em muito se deve às mídias, aos noticiários que adoram estimular emoções, como aos filmes de ação em que o herói “está me busca de vingança”. No entanto, as pessoas sempre foram ferozes, aguerridas, devido aos ambientes inóspitos, apesar da educação em massa ajudar na redução e “controle” dos instintos.

A sensação que temos sobre o aumento de pessoas agressivas se deve muito a rapidez da informação, agora global, que desfrutamos diariamente (fica a dúvida se realmente nos ajuda em sabermos sobre tanta informação de assaltos, de brigas e assassinatos ocorridos em várias cidades de vários continentes). Outrora, uma notícia demorava dias, vinha a cavalo, em caminhadas, a pé por horas, ou de navio, nesta demora tínhamos tempo para mastigar e digerir as informações, o que muito ajuda-nos no processo de reflexão e "melhores" atitudes.

Voltando a pergunta: Todo fim de uma Era (de peixes para era de aquário) ocorre grandes e ferozes conflitos?

A sensação de fim sempre esteve presente na humanidade, desde nos nossos proto-humanos. Nesta condição foi-se feito histórias, contos e lendas, com sua realidade interna (espiritual), como, por exemplo, o mito cristão do apocalipse e do dilúvio, para citar poucos. Temos arraigado em nós a menção de que tudo tem um fim, o que é óbvio, pois somos mortais. Mas, a questão de um fim está muito mais ligada ao tema do dilúvio, este mito trata de questões coletivas em que o fim está mais ligado às mudanças de perspectivas, de visão de mundo, de atitudes, do que de destruição total (não excluo esta possibilidade).


Em relação a era de peixes (limito-me ao cristianismo), esta tem associação com a história de Jesus Cristo e revelações evangélicas sobre a tema: Caminhou sobre às águas, o pescador de almas, pescadores tornaram-se evangelistas, a multiplicação dos peixes, entre outros motivos. Temas muito ligados ao pai simbólico, ao patriarcal, portanto, à obediência e ordem. (Para um aprofundamento sobre a questão ler a obra de Jung)*

Lembrando sobre o mito cristão, podemos fazer a seguinte referência:

O peixe simbólico está ligado ao estado de “pacificação interior possível e o perene desejo humano para alcançar a vida metafísica e as experiências transcendentes.”[1] 


Woman pouring water from Vessel, greeting card by CSA


No que, também, se alude a era de aquário. Esta se aproxima, dos movimentos em que Deus é natureza, é energia (com se, Cristo ao ressuscitar, tornou-se presente em nós e em tudo que existe); das novidades tecnológicas, da criatividade (ordenar o caos criando), da intuição (o além do racional), da liberdade (a obediência à liberdade), do conhecimento e dos mistérios. “Em Aquário concluem-se todos os ciclos que dizem respeito à vida humana em sentido estritamente subjetivo e de singularidade.” [1] Faz o movimento em anular “o egoísmo e o individualismo. Abandonar a própria segurança para ir à procura do mundo é o propósito de Aquário”.[1]

O encontro de uma sociedade, que preza desesperadamente o passado, com grupos em novos paradigmas gera embate, até violência e morte. Sim! Mudar, como a mudança de uma casa para outra casa já gera alto estresse. É lógico que toda mudança gera medo, é custosa, difícil, com muitos obstáculos e perigos (a vida é um desafio, como dizia Jung: “Quem não sofreu, não viveu”). O grande problema é não ter maturidade para aceitar as mudanças, como um jovem adulto que não quer doar os seus brinquedos, ou que o mundo não gira ao redor dele. Alguns se agarram bravamente ao velho, choram, esperneiam, brigam, pois não tem certeza do que o novo irá apresentar, padecem como aqueles que, a qualquer custo, tentam “guardar o vento numa caixa.”[2] Negar o Novo, o desconhecido, é negar o nosso próprio desenvolver espiritual (não no sentido de seguir uma religião). O incógnito é muitas vezes tenebroso, mas, ao torná-lo manifesto tende a ser mais amigável. Os que sofrem com novas mudanças sequer entendem o que está acontecendo, mas inconscientemente intuem e manifestam com reações desagradáveis. Mas, eles não são culpados, responsáveis sim! E parece tão natural as atitudes humanas conflituosas, quando nos deparamos com o momento em que a natureza também braveja os seus “transtornos”.

É verdade que o planeta Terra já sofreu catástrofes desde a sua pré-história, com a extinção em massa. Contudo, nós humanos, seres sencientes, pragmáticos e transformadores de naturezas, somos capazes de melhorar as nossas condições aqui na Terra. Todavia, a transformação precisa acontecer dentro de nós, não de modo apenas racional em saber que precisamos diminuir nosso egoísmo, respeitar o outro, a natureza, em encontrar as equações exatas e uma grande solução, etc.

Caso não opere a modificação humana interna permaneceremos em estado reativo, ou seja, vigilantes, apáticos e involuntariamente em pânico perante o caos. Sem responsabilidades podemos, comendo um agradável snacks, apenas olhar a vida passar pela multimídia em streamings e afirmar: “A humanidade será extinta, mas, a Terra renascerá como já fez algumas vezes em sua história. A dinastia dos dinossauros acabou, a próxima será a da humana”. Logo, com o sentido vivo, confio na transformação sob a ressignificação de nossas vidas, no trabalho espiritual, mental, social e físico, fiando na conexão com os nossos aspectos internos, como a intuição, o pensamento, a intuição e a sensação (como muito mais). 

O trabalho cartesiano, positivista, entre outros, tem o seu mérito. Tudo que ocorre é um movimento dinâmico e natural, mesmo que o nosso egoísmo desaprove. Para a vida gerar movimentos, há momentos de separação e há momentos de união.

Dizem que, se existe o medo, existe a esperança. ** Ficar só no medo é viver no tenebroso, então, segure-se na Esperança, esta estrela-guia, até sentir a capacidade em alcançar o gérmen de outras possibilidades, como a sabedoria (menor o desejo, menor o sofrimento) em participar e colaborar, com amor e consenso, com a dinâmica que a vida impõe.

Podemos aprender com um acontecido no mito grego (toda história ensina. Há “verdades reais” e há “verdades internas”), Ares, o deus da guerra, teve um caso com a deusa da Beleza nascendo assim, a Harmonia, filha com atributos de paz e concórdia. Não é com guerra que se vence batalhas mundiais ou pessoais (“a verdadeira força não é forçada”, segundo o taoísmo). São nas belas e gentis discussões com o oponente (que também está dentro de você), no ato de harmonia, nas combinações e amor pelo próximo, até por aqueles que pregam as armas em vez de lápis e papel (“sentenciar, no entanto, sem rancor”).

 

Consultar:

*JUNG, C.G. Aion: Estudos sobre o simbolismo do si-mesmo. Ed Vozes. 2013

**SAFATLE, V. Por um colapso do indivíduo e de seus afetos. 29 de setembro de 2015. Acessado em 10 de Agosto d 2024:   https://institutocpfl.org.br/por-um-colapso-do-individuo-e-de-seus-afetos-com-vladimir-safatle-versao-na-integra/


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

[1] SICUTERI, R. Astrologia e mito - Símbolos e mitos do Zodíaco na psicologia profunda. 1998

[2] Alan Watts – O espírito do zen. Ed L&PM. 2008


 

Até a próxima! 



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