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O gênio - da criatividade, do empenho e descobertas



 "Genialidade é acertar um alvo que ninguém vê".  Arthur Schopenhauer

 

 Refletindo em relação as impressões diante das coisas e dos eventos que nossos antepassados se depararam. Imagino pessoas solitárias olhando as nuvens vagando lentamente, as árvores balançando com os ventos, ouvindo o canto dos pássaros. Alguns avistam uma formiga em cima de uma folha flutuando no rio, admirados, se imaginam sendo conduzidos no que hoje chegamos de barcos. Outros observam pedras rolando morro abaixo que, centenas de anos depois, outras pessoas irão arredondá-las para, longo tempo após, serem adaptadas em objetos imóveis - proporcionando, assim, serem locomotivos com maior facilidade e agilidade. Pássaros cortando os céus, o engenheiro mitológico Dédalos voando com a sua invenção e nossos foguetes ultrapassando a lua. Da proteção em uma árvore, ou cavernas, para cabanas feitas com madeiras e casas de tijolos. Da destreza em fazer surgir o fogo, a facilidade de um isqueiro, de pedras lascadas as facas fiadas em esmeril. Muitas ideias, imaginações e experimentos percorreram séculos, seguindo a fluidez da criatividade, para a atitude do empenho até o florescimento das descobertas. Toda criação humana até a sua primazia foi posta à prova. Objetos atualmente manuseados de modo simples e monótonos, foram aprimorados com demasiada persistência, tentativas exaustivas e doloridos fracassos.*

 

Tudo o que usufruímos e sabemos manipular teve o seu início observando a natureza, junto com o movimento da imaginação para logo agir na criação, no trabalho. Cada geração herdou habilidades e segue no desenvolvimento, como os macacos-prego que aprenderam com seus antecedentes a usar a pedra como martelo ou faca.[1] Aprendemos com os nossos pais e com nossos professores e, dos nossos ancestrais, lemos seus escritos, herdamos as suas obras. Devido também aos livros que o homem alcançou a lua e consegue tirar imagens da parte adolescente do cosmo, como está fazendo o telescópio James Webb. Com centenas de anos de estudos e nas constantes pesquisas e tentativas, o que antes seria obras dos deuses, hoje os médicos-cirurgiões conseguem transplantar corações e partes mutiladas do corpo, entre infinidades de outras coisas.

 

Todo este fenômeno é consequência do trabalho ardiloso dos gênios?

 

Os ditos gênios, não são seres de outro planeta, ou descendentes diretos de deuses, são pessoas normais com ideias criativas, portanto, originais e extremamente empenhadas no aperfeiçoamento e nas descobertas – este é um dos segredos para o ato excepcional. Segundo o neurocientista Roger Beaty, "o cérebro criativo está conectado de uma maneira diferente, e as pessoas criativas são mais capazes de ativar sistemas cerebrais que tipicamente não funcionam juntos," em seu entender quaisquer pessoas, sem limitações cerebrais graves, podem “treinar o cérebro em determinadas áreas para estimular ideias originais”, a prática artística, como pintura ou mesmo aprender a tocar um violão, por exemplo, pode “melhorar a conectividade neural dentro de uma mesma rede".[2] Interagir com novos eventos é vantajoso e hoje é atestado pela ciência. Nas palavras do médico Raphael Spera, “a neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se adaptar, do neurônio, por exemplo, formar novas conexões. Ou seja, ele passa a se comunicar com outros neurônios com os quais não se comunicava antes”. O cérebro dos músicos, por exemplo, “eles têm um melhor desempenho em atividades motoras, memorização de trechos de música e até mesmo um aperfeiçoamento auditivo”.[3] O professor Octávio Pontes Neto completa que “por meio de estudos de ressonância magnética funcional e de Imageamento de Tensores de Difusão (DTI), foi possível constatar que há uma diferença significativa entre a estrutura e as conexões das áreas do cérebro de músicos e não músicos” (idem).

 

Existe o gênio. Todavia, dificilmente alguém sabe que tem estes atributos e só consegue alcançar a excelência depois de um longo sacrifício e muita paciência e, sim, esperanças também. O saber empírico e científico, conquistado com esmero e refinamento podem frutificar algo de genial, basta ler a biografia de Einstein, Marie Curie, Caroline Herschel, Leonardo da Vinci e centenas de outros.

 

Existe o gênio, mas acredito nos criativos perseverantes, cuja sabedoria está em aceitar e conhecer às divergências,[4] interconectar-se com novo, com as brincadeiras lúdicas (os adultos também o direito a saudável diversão) e estar sempre a estudar, mesmo que seja no seu tempo, como um autodidata, sem a imposição em tirar boas notas.


Todas as pessoas têm algo de genial. Alguns com sabedoria educam e orientam com seus filhos muito bem, ou são bons mediadores de conflitos. Outros conseguem observar e aprender com a natureza, para depois, imitá-la, como por exemplo, transformando a capacidade de voar de uma mosca em um helicóptero.


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*Veja o livro de Geoff Colvin. Desafiando O Talento - Mitos E Verdades Sobre O Sucesso.

 


 

REFERÊNCIAS DE ARTIGOS

 

[1] AGÊNCIA FAPESP. Macacos-prego que passam mais tempo no chão mostram maior diversidade no uso de ferramentas. Acessado em:  https://agencia.fapesp.br/macacos-prego-que-passam-mais-tempo-no-chao-mostram-maior-diversidade-no-uso-de-ferramentas/41926

 

 [2] BEATY, R. in: BARRÍA, C. Como funciona o cérebro das pessoas criativas. BBC Mundo. Acessado em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-43148020 

 

[3] ESTANISLAU, J. Cérebro tem capacidade de se reconfigurar e ser treinado para melhores resultados. Acessado em: https://jornal.usp.br/radio-usp/cerebro-tem-capacidade-de-se-reconfigurar-e-ser-treinado-para-melhores-resultados/

 

[4] FEITOSA-SANTANA, C. A neurociência da criatividade. Acessado em:



Até a próxima!




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